André Carvalhal fala sobre as mudanças na moda durante o Mundo Unifor

Por Melissa Carvalho

A moda se reinventa todos os anos, e cada estação surge uma nova tendência. André Carvalhal é um dos grandes nomes da moda na atualidade, já foi gerente de marketing da marca de roupas Farm e, hoje, dedica-se à moda colaborativa. André palestrou na praça central da Universidade de Fortaleza (Unifor), atraindo estudantes, professores e admiradores de seu trabalho para o evento do Mundo Unifor sobre “A nova era da moda”, nesta quarta (18).

A Palestra abordou “A nova era da moda”. Foto: Khalil Sobreira/FotoNIC

Para abrir o evento, a coordenadora do curso de Design de Moda da Unifor, Ana Cláudia Silva, apresentou o desfile do Programa Integrador 3. O desfile contou com produções de alunos que fazem parte de mini coleções. Os modelos chamaram a atenção do palestrante por não serem apenas pessoas “padrões”. “A gente não via um desfile a pouquíssimo tempo atrás com pessoas fora do padrão, tanto de cabelo, de cor, de corpo, de altura. A gente viu aqui o desfile de vocês falando sobre isso e é o que a gente vê também nas semanas de moda internacionais, nas revistas”, relata.

De forma interativa, Carvalhal abordou vários assuntos no evento e conversou com o público de forma descontraída. A Farm, grife de roupas carioca, fez parte da vida do estilista por quase 10 anos. Ele deixou a marca e passou a investir em uma moda mais consciente, como destaca. “Eu não quero só vender roupa, só produzir mais. Não existe nada de errado nisso. Mas, cada vez mais, eu acredito que, além de você vender muito, gerar emprego e ficar rico, você pode ter um papel também de ajudar a curar, cuidar um pouco de alguma coisa que está acontecendo no mundo. Isso é o que eu chamo de moda com propósito.”

“Você pode ter um papel também de ajudar a curar, cuidar um pouco de alguma coisa que está acontecendo no mundo. Isso é o que eu chamo de moda com propósito.” (André Carvalhal)

Calina de Carvalho, 30, é arquiteta e acompanhou a palestra inteira. Admiradora da área, considerou o encontro muito esclarecedor por falar do André e de seu trabalho na moda. “A experiência foi mais do que eu esperava. Eu conheci ele há muito tempo, desde que ele era da Farm, sempre tive muito interesse em saber realmente como é que ele começou e eu achei muito legal. Eu sou arquiteta, mas eu gosto muito de moda. Tudo que ele falou ali eu já tinha algum conhecimento, por interesse de ler por fora”, ressalta.

Moda colaborativa

André explicou a importância de uma moda mais consciente. Atualmente, o fashionista aposta na moda colaborativa. Foi um dos criadores e principal investidor da Malha, que é um espaço colaborativo. O local conta com um coworking, uma cofábrica, uma escola, um fashion lab, um estúdio etc. Cada ambiente é compartilhado pelas marcas que se instalam na empresa. Apesar de não ser mais sócio da Malha, sua marca, Ahlma, está inserida no empreendimento. “Eu entendi que o meu propósito, a minha vocação não é ser dono das coisas e sim fazer as coisas. Então, eu já fiz a minha parte ali. Hoje, tem pessoas que vão tocar aquilo ali como negócio e que têm isso como vocação e como propósito. Na Ahlma, hoje, eu consigo fazer o meu propósito. Que é abrir os olhos, a cabeça e o coração das pessoas”, revela.

“Na Ahlma, hoje, eu consigo fazer o meu propósito. Que é abrir os olhos, a cabeça e o coração das pessoas.” (André Carvalhal)

André Carvalhal, fashionista. Foto: Khalil Sobreira/FotoNIC

O bate-papo foi leve. André deu dicas para as pessoas que querem empreender na moda. Falou que, no início, tinha receio em dar dicas, pois a realidade muda para cada pessoa. Abordou a facilidade atual de criar uma marca apenas com um celular, e como as pessoas estão transformando a forma de empreender. “Nessa experiência com a Malha e depois com a Ahlma. Eu percebi uma coisa, que talvez possa servir para todo mundo empreender, criar alguma coisa nova. Você só vai conseguir chegar num caminho novo, em uma nova solução, se a gente se libertar dos padrões, dos formatos que a gente tem sido acostumado e educado até hoje”, ensina.

“Você só vai conseguir chegar num caminho novo, em uma nova solução, se a gente se libertar dos padrões, dos formatos que a gente tem sido acostumado e educado até hoje.” (André Carvalhal)

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