Em homenagem Ella Fitzgerald, Ângela Lopes canta repertório da Grande Dama do Jazz

Em homenagem Ella Fitzgerald, Ângela Lopes canta repertório da Grande Dama do Jazz

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Aplaudida e conhecida nas rodas de choro e samba de Fortaleza, a cearense fará um tributo àquela que é considerada a maior cantora do século XX

por Lucas Caracas

Uma das vozes mais marcantes da cena musical de Fortaleza, a cantora cearense Ângela Lopes  participa pela primeira vez do projeto Jazz em Cena, com o show em homenagem a Ella Fitzgerald, um dos maiores nomes da história do jazz, referência para intérpretes, instrumentistas e ouvintes. Ângela sobe ao palco do Centro Cultural Banco do Nordeste (CCBNB) Fortaleza, neste sábado, 14, às 19 horas.

Em entrevista ao News Link, Ângela falou sobre a preparação para o show e os desafios de cantar as músicas de Ella.

NewsLink: Qual o motivo da escolha de fazer esse tributo a Ella Fitzgerald? E como a cantora estadunidense impactou sua carreira musical? 

Ângela Lopes: Quando comecei a estudar jazz, veio também um convite para fazer uma apresentação. E quando ouvi jazz, a Ella Fitzgerald foi uma das primeiras referências que, de cara, me conquistou, sabe? Ao ouvir a voz dela, tive aquele sentimento muito bom de aconchego. Teve uma identificação muito, muito rápida, em tudo. Pela suavidade da voz, aquela coisa bem dada, a dicção dela muito clara e, principalmente, os improvisos musicais, os improvisos vocais, os sketchings, que tinha muita técnica, muita maestria. Então, para mim, ela é uma das maiores referências que fez com que eu tivesse mais vontade de adentrar no estudo do jazz. Como disse também, o repertório dela é uma coisa que me pega muito, sabe? Eu gosto demais das músicas que ela canta, que interpretava, dos grandes compositores. Então, sempre que ouvi e a ouço, é uma coisa que me emociona. E aí a gente vai pesquisar e ver o quanto ela era uma cantora muito versátil e, além de tudo, essa técnica impecável, uma história muito incrível que enfrentou muitos preconceitos, quebrou barreiras numa época de muita segregação e a carreira dela muito inspiradora.

NL: Como foi a escolha das músicas para o show? Tem alguma música em especial que não pode deixar de fora da lista do repertório?

AL: A escolha das músicas foi bem difícil, porque ela gravou muitas músicas, muitos clássicos e a gente tem a limitação do tempo de uma hora, ou seja, uma média de 12 músicas que iremos fazer e realmente ficaram muitas músicas de fora. Quando a gente pensa no repertório dela, meu Deus, dá pra fazer horas de show. Mas, das que não podia faltar tem a Someone Watch Over Me, que é uma música muito icônica que ficou na voz dela. Acho que dessas populares, dessas mais popularizadas, a Dream, a Lear A Dream Of Me, também não podia ficar de fora. E outra também é a Night And Day. Eu falei assim em três, pra você ver como é difícil, até escolher, pensar numa música.

NL: Qual a duração dos ensaios? E como foi para se preparar para o show?

AL: A questão dos ensaios está sendo bem desafiadora também, porque eu tô num momento pessoal complicado devido à formação que eu estou fazendo. Então, a gente não tá conseguindo ensaiar tanto, porém, o Gabriel Guest, que é o pianista, que tá fazendo os arranjos da direção, ele toca toda semana comigo esse repertório do que a gente faz jazz, a Ella Fitzgerald, de outras divas também, e tocamos toda semana, então isso ajuda porque eu e ele temos uma relação muito próxima musicalmente, e o Hermano também, já tocou algumas vezes comigo. Com isso, temos uma afinidade musical, isso ajuda muito. Nesse contexto é que eu estou este mês, de não ter muita disponibilidade para ensaiar. Assim a gente tem feito alguns com o Gabriel. Toco também, consigo estudar o repertório sozinha de uma forma independente, aí a gente vai trocando as informações, quando a gente se encontra pessoalmente. Tivemos a passada, e esta semana do show, vai ser assim. O momento que a gente vai juntar ali os quebra-cabeças, né? As coisas que fiz separado com o Hermano, que fiz separado com o Gabriel, que a gente veio se comunicando, então, basicamente o ensaio está sendo assim.

NL: Em meio a todo o repertório que foi feito para a homenagem, houve algum desafio para cantar? Se sim, qual e por quê?

AL: Desse repertório, quando eu vou levar pra lá, o maior desafio de cantar é a Blue Sky, porque ela tem um trecho bem grande de esquete e ela é um desafio porque a ela é a rainha do esquete Sumo, e fazer uma homenagem pra ela tinha que ter esse momento de esquete também, que faz parte da característica da voz dela, a característica do que ela fazia no show. Então a gente vai fazer uma inspiração do que ela fez no esquete da Blue Sky, e pra mim é um desafio porque o esquete é uma coisa que me chama a atenção, como eu falei, desde o momento que eu trabalhava em improviso vocal nas rodas, nas rodas de show vendo os músicos improvisarem, então eu já tinha essa familiaridade com os improvisos vocais.  Mas, sem dúvida, neste show a gente não podia deixar de fora. Acho que do repertório o maior desafio é essa música.

NL: Como foi seu primeiro contato com a música de Ella Fitzgerald, a ouvindo  cantar? Você já era cantora?

AL: Sempre gostei dos clássicos, tanto na música brasileira quanto na estrangeira. Sempre gostei desse estilo refinado, elegante de cantar. No Brasil, também tenho algumas referências: Leni Andrade, por exemplo. Muitas artistas como Elisete Cardoso, sempre gostei, da Ângela Maria também da rádio. E aí meu primeiro contato ouvindo a Ella, não intencionalmente, foi nos filmes. A gente vê no cinema, alguma coisa ou outra, e me chamou a atenção. Mas, foi intencionalmente ao pesquisar o jazz, e nossa, essa voz é perfeita. Então, no meu sentimento, já era cantora, porque canto há muitos anos. Canto desde os meus 16 anos, hoje tenho 40, ou seja, canto há bastante tempo. Portanto, já era cantora. Achava muito lindo de ouvir e agora nessa fase mais amadurecida do meu trabalho, ao estudar o repertório do jazz, ouvi-la, pra mim é não somente um sentimento muito bom de aconchego, de afinidade, como de ficar encantada com a técnica perfeita. E há coisas que realmente só ela fez. E acho que ninguém supera.

A cantora Angela Lopes, conhecida no cenário de Fortaleza principalmente por seu trabalho com o samba e o choro com letras, apresenta outra faceta mergulhando no repertório de uma das maiores intérpretes do jazz. Interpreta as canções da cantora Ella Fitzgerald

Serviço

Angela Lopes canta Ella Fitzgerald

Local: CCBNB Fortaleza

Quando: sábado, 14, às 19 horas

Projeto Jazz em Cena

Entrada franca

Fotos: Arquivo Pessoal

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