Professoras cearenses destacam a importância dos jogos pedagógicos na educação infantil

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Em tempo de Olimpíadas e Paralimpíadas, educadoras de colégios privados e públicos relatam o quão importante é a inclusão de jogos lúdicos na formação de crianças

por João Pedro Almeida Pimentel

Os jogos pedagógicos são atividades lúdicas que são propostas para a educação infantil, e que podem servir para a educação e socialização das crianças, assim como os jogos olímpicos fornecem uma experiência lúdica e competitiva, estimulando o exercício físico. O Estatuto da Criança e Adolescente (ECA) recomenda que todas as escolas privadas e públicas do Brasil possam incluir atividades lúdicas na educação infantil.

No cenário de cooperação que estas atividades podem criar, elas conseguem ensinar a importância da cooperação, a aceitação das diferenças e obviamente criar amizades. Todas essas virtudes, ensinamentos e valores são fundamentais não somente para a educação da criança mas para a vida toda.

Mas, o que as professoras da educação infantil pensam disso?

A professora do Infantil 5, Melina Magalhães, do Colégio Santa Cecília, relata que os jogos pedagógicos se tornaram uma tradição. O colégio realiza a Semana Interativa Cultural e Esportiva (SICE), que ocorre há mais de 25 anos, nesta edição a SICE ocorreu durante a semana de 19 a 23 de agosto, quando competições acontecem  para alunos do ensino fundamental e médio, funcionando como uma mini-olimpíada. Além da SICE, a escola tem o Brincarte e o Interarte que funcionam como uma versão da SICE destinada a crianças do infantil 5 até o 5º ano do ensino fundamental.

Melina destaca que o principal objetivo destas competições é primeiramente servir como um exercício físico impedindo as crianças de ficarem no sedentarismo. A professora também diz que o ato de se exercitar ajuda na saúde mental das crianças, especialmente por mantê-las ocupadas e poder dar uma motivação maior para os alunos irem ao colégio, já que os jogos pedagógicos saem do conteúdo expositivo e explicativo.

Um dos maiores desafios dos jogos pedagógicos é criar um cenário onde todas as crianças possam se sentir incluídas, para ajudar na inclusão de todas as crianças, Melina afirma que a sua escola busca colocar a presença de brinquedos não estruturados para os jogos pedagógicos como caixas, latas, canudos e folhas. Estes brinquedos obrigam que os alunos peguem objetos ordinários e criem com sua própria imaginação, diferentemente de brinquedos comuns onde a criança só pode brincar de uma maneira.

Alguns exemplos de brinquedos não estruturados | Foto: CEI Afasc Carlos Piazza

A professora destaca que com estes brinquedos, as crianças começam a trabalhar juntas para ver como cada um consegue criar cenários imaginativos a partir do ordinário para todos se divertirem, ensinando a virtude da cooperação.

No Colégio Santa Cecília, a SICE, o Brincarte e o Interarte, dedicam uma semana inteira para a realização dos jogos pedagógicos, essencialmente tirando as atividades dentro da sala de aula. Para a professora, isto nunca foi um problema dentro do colégio, pois o tempo visto durante os esportes e os jogos também é visto como um ensinamento, fazendo com que cada aluno aprenda sobre como competir, a aceitação de perder e a humildade de ganhar e também o respeito com o seu adversário. Novamente para os alunos, esta semana serve como algo que deixe eles felizes e motivados para irem ao colégio.

Já a professora do infantil 5, Aldenice Costa, da Escola Municipal Professor Luís Costa, afirma que a experiência de jogos pedagógicos num colégio público não é tão diferente de um privado. A única coisa que ela diz ser diferente é o fato de que o colégio não dedica uma semana inteira somente para os jogos e brincadeiras.

A educadora também destaca que a principal maneira de incluir todas as crianças para as brincadeiras é conhecendo seus alunos e também entendendo que alguns estudantes demandam situações diferentes e cabe a ela mesmo como professora explicar para os colegas dessa criança sobre as necessidades que alunos com neuro divergência ou deficiência possuem.

Para Aldenice, a principal dificuldade dos jogos pedagógicos foi a pandemia, na qual a professora tinha que arranjar um jeito de conseguir passar a experiência da brincadeira pelo remoto. Ela menciona a utilização de plataformas online, porém estas plataformas não podem colocar o exercício físico que as brincadeiras e esportes do presencial.

A professora destaca ademais que numa escola pública não é garantido que todos os alunos vão ter a tecnologia necessária para poder participar nas brincadeiras. Neste caso, a direção e coordenação da escola buscavam alguma maneira de dar um tablet ou um computador para o aluno.
A tendência no Brasil é que estes jogos fiquem cada vez mais presentes na formação educacional infantil. Especialmente porque neste ano, o Marco Legal dos games foi aprovado pelo governo. Esta lei autoriza que os professores possam usar jogos eletrônicos para as atividades infantis. Porém, percebe-se que o ensino público ainda irá necessitar de um investimento maior caso a educação busque incluir mais elementos lúdicos no ensino.

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