Operação Mata Atlântica em Pé combate desmatamento, causa principal das mudanças climáticas

Operação Mata Atlântica em Pé combate desmatamento, causa principal das mudanças climáticas

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Apesar da redução em relação a 2021-2022, o desmatamento permanece alto, especialmente em áreas de transição e biomas adjacentes, como Cerrado e Caatinga

Por Giulia Tessmann

A 7ª Edição Nacional da Operação Mata Atlântica em Pé começou e as equipes estão em campo durante toda a semana para coleta de dados locais. A iniciativa é a maior operação de combate ao desmatamento do bioma Mata Atlântica em todo país. 

O projeto visa a combater o desmatamento ilegal de remanescentes de vegetação nativa no bioma a partir de fiscalizaçã, autuação e responsabilização de infratores por danos ambientais.

A operação teve início nesta segunda-feira, 16, e vai se estender até 27 de setembro. No final das fiscalizações, os resultados da edição deste ano serão apresentados pelos órgãos encarregados, com transmissões online ao vivo. O horário e local ainda serão divulgados, sendo informados previamente pela assessoria de comunicação do Ministério Público de Minas Gerais.

Em 17 estados da Federação, que possuem cobertura desse sistema, já começaram simultaneamente as ações de fiscalização, que são realizadas desde 2018. Este ano a iniciativa será coordenada pelo Ministério Público do Estado de Minas Gerais e pela Associação Brasileira dos Membros dos Ministérios Públicos de Meio Ambiente (Abrampa).♦

Área de desmatamento no Rio Grande do Sul
Foto: Divulgação

Na última atualização, em maio deste ano, dados do Atlas dos Remanescentes Florestais da Mata Atlântica mostra uma perda de 14.697 hectares de florestas nativas no período de 2022-2023, equivalente a 14 mil campos de futebol. Esse número apresenta uma redução de 27% em relação ao período anterior e confirma uma tendência de queda na taxa de desmatamento do bioma nos últimos anos.

Quatro estados acumulam  90% do desflorestamento: Piauí (6.192 ha), Minas Gerais (3.193 ha), Bahia (2.456 ha) e Mato Grosso do Sul (1.457 ha). A recuperação de áreas florestais é essencial para  o bioma e para a mitigação das mudanças climáticas, que são causadas em grande parte por essas ações.

Área de desmatamento no Rio Grande dDesmatamento na mata atlântica
Foto: Ibana

No Ceará, a ação é realizada pelo Ministério Público do Ceará, por meio do Centro de Apoio Operacional de Defesa do Meio Ambiente (Caomace) e das Promotorias de Justiça com atuação na área. Ainda vai contar também com a parceria da Superintendência Estadual do Meio Ambiente (Semace, com o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e com o Batalhão de Polícia Militar do Meio Ambiente.

Em 2023, a operação permitu a identificação de 17.931 hectares de supressão ilegal de vegetação nativa do bioma. Durante a operação, as equipes de fiscalização visitam áreas identificadas com possível ocorrência de degradação, ou realizam fiscalização remota.

As localizações são mapeadas principalmente a partir da utilização de tecnologia do projeto MapBiomas, ferramenta que permite a obtenção de imagens de satélite em alta resolução para a constatação de desmatamentos.  

Preparação para a Operação Mata Atlântica
Foto: Ibama

Na reportagem do NewsLink “Eventos extremos refletem mudanças climáticas no Pantanal e na Amazônia, diz especialista”, a bióloga Juliana Arguelho, doutoranda em Desenvolvimento Sustentável pela UnB, destaca o obstáculo sobre restaurar as áreas degradadas por ações humanas no Pantanal e manguezais na costa do Brasil. 

Na entrevista, a pesquisadora ressalta a operação feita na Mata Atlântica. “Devemos levar em consideração que a restauração nem sempre resulta na recuperação total das condições anteriores à degradação, mas pode auxiliar na regeneração das paisagens se o projeto contabilizar esse tempo de sucessão ecológica”. 

Foto de capa: Divulgação/Arquivo

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