Autor de Textos cruéis destaca a importância da vulnerabilidade emocional na literatura contemporânea, a conexão os jovens leitores e suas expectativas para a Bienal do Livro de São Paulo
Por: Mariah Salvatore
Igor Pires, autor da série de livros Textos cruéis demais para serem lidos rapidamente, reflete sobre o crescente acolhimento às fragilidades emotivas na literatura contemporânea e a relevância do público jovem neste cenário. Durante entrevista para o Newslink, Pires destacou como a relação entre vulnerabilidade emocional e força literária tem sido cada vez mais explorada.
Com a chegada da Bienal do Livro de São Paulo, que vai ocorrer de 6 a 15 de setembro, no Distrito de Anhembi, Igor destacou a crescente receptividade das redes sociais, como o Tiktok, a esse tipo de conteúdo sensível. Desde que iniciou o projeto Textos cruéis em 2016, Igor observou um aumento significativo no entusiasmo das pessoas em compartilhar suas emoções e experiências de maneira honesta e aberta.
Ele vê isso como um reflexo de um mercado editorial mais acolhedor e adaptado aos novos tempos, onde autores que começaram na internet, como ele, encontram espaço e reconhecimento em eventos literários de grande porte, como a Bienal Internacional do Livro de São Paulo. “Hoje, vemos a Bienal com uma programação oficial que inclui muitos autores vindos da internet, como booktokers e criadores de conteúdo para o TikTok”, observou.
Igor Pires enxerga a Bienal do Livro não apenas como um evento literário, mas como um espaço de troca e conexão. Ele espera que a edição deste ano seja especialmente democrática, oferecendo a todos os visitantes a oportunidade de interagir com os autores e explorar as novidades editoriais. “Acho que a tecnologia vai estar cada vez mais presente nesses eventos, proporcionando muitas opções de interação, seja para tirar fotos nos painéis, seja para participar de atividades promovidas pelas editoras”, comentou.
Com um carinho especial pelos jovens leitores, enfatiza que eles são, muitas vezes, injustamente rotulados como desinteressados por literatura. O escritor acredita que, quando apresentados a obras que sejam significativas, os jovens se engajam e se tornam leitores assíduos. “A literatura deve ser uma ferramenta de acolhimento e de libertação para os jovens, mostrando que ela não é algo distante ou inalcançável, mas sim parte do nosso cotidiano”, argumentou.
Sobre os projetos futuros, o autor compartilhou o entusiasmo com a turnê de lançamento de seu novo livro, Este corpo, este é um corpo que cai. A turnê será uma oportunidade de viajar pelo Brasil, se conectar com os leitores e discutir o papel da poesia na vida contemporânea. Igor também expressou uma mistura de ansiedade e alegria com o lançamento deste novo trabalho, especialmente por ocorrer na Bienal, um evento que, para ele, simboliza um respiro e uma reafirmação do valor insubstituível dos livros em um mundo cada vez mais dominado pela tecnologia.
A Bienal do Livro de SP representa, para Igor Pires, mais do que um simples evento literário. É um ponto de encontro de gerações e um lembrete de que a paixão pela leitura está mais viva do que nunca. Com programação que promete ser diversificada e acessível, a expectativa é de que a Bienal continue a ser um espaço onde a literatura e a cultura floresçam, reafirmando o poder das palavras e das histórias em tempos de mudanças rápidas e profundas.
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