Jovem escritora cearense enfrenta desafios ao morar nos Estados Unidos, enquanto busca retomar sua conexão com a escrita e traçar novos caminhos para o futuro
Por Mariah Salvatore
A escritora cearense Marina Magalhães, 23, atualmente reside em San Francisco, EUA, onde sua trajetória literária e pessoal tem sido marcada por desafios e conquistas. Com uma paixão inata pela escrita, ela tem buscado inspiração e continuidade em sua carreira, mesmo enfrentando as adversidades de viver em um país estrangeiro
Marina Holanda Magalhães nasceu em 1º de setembro de 2001, em Fortaleza. Utilizando o pseudônimo, Nina Montagnet, ela reuniu uma comunidade de literatos, para que, logo depois sua primeira obra, o conto “Por onde você andou sem mim: uma história de amor”, ganhasse vida.
No final de 2022, Nina estava profundamente envolvida com a comunidade literária online, utilizando plataformas como Instagram e YouTube para compartilhar e debater sobre livros. Durante a pandemia, criou uma conta para falar sobre as leituras e rapidamente se tornou uma referência nesse meio, lendo cerca de 100 livros por ano.
“Desde criança, a escrita é minha maior paixão”, conta a escritora, que ganhou notoriedade no Nyah Fanfiction, entre 2014 e 2016. Embora tenha iniciado diferentes projetos de escrita, muitos não foram concluídos. A determinação dela, porém, permanece firme.
Nina Montagnet relembra momentos significativos em Fortaleza, como as conversas literárias no Gretta Café e a emoção de sua primeira Bienal do Livro em São Paulo, em 2022. “Conheci um dos meus autores favoritos e conversamos sobre o livro ‘Gostaria que você estivesse aqui’. Foi mágico!”, disse.
O sonho de morar fora sempre foi uma aspiração, e se preparou para isso durante a pandemia. No entanto, a realidade de viver nos EUA trouxe desafios inesperados. “Trabalhar 45 horas por semana, sentir saudade de casa e aprender a se adaptar a um novo país é um grande desafio”, compartilha. A inspiração, que antes vinha com facilidade, agora precisa ser buscada ativamente.
Como Au Pair – programa que envolve a responsabilidade de trabalho com crianças -, a cearense enfrentou uma experiência complexa, lidando com abuso emocional e longas jornadas de trabalho. Apesar das dificuldades, valoriza os aprendizados desse período: “Tive que me virar sozinha, fiz novas amizades, comecei a terapia e melhorei meu inglês”.
Foi um ano difícil, mas sem arrependimentos.” O Au Pair foi a pior e melhor coisa que já aconteceu na sua vida. Um período que, apesar dos desafios, a ajudou a amadurecer e a se fortalecer.
A jovem, atualmente, divide um apartamento com o namorado e busca equilibrar trabalho, escrita e projetos pessoais. Embora tenha trancado a faculdade de Letras Português-Inglês, está considerando novas opções de estudos para o futuro. “Quero voltar a escrever com a mesma ânsia que tinha quando era adolescente. Quero viajar, viver confortavelmente e aprender a investir”, revela.
Para Nina, a vida é um constante malabarismo entre o que se deseja e o que se pode fazer. Mesmo enfrentando desafios, mantém a esperança de um futuro próspero, onde possa continuar a explorar sua paixão pela escrita e literatura, onde quer que esteja.
Fotos: Nina Montagnet
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