Cesta básica aumenta em Fortaleza, mais cara do NE, pelo segundo mês consecutivo
Levantamento mostra capital cearense com altas elevações nos preços de laticínios, raízes, café e feijão
Por Gabriel Gago
O valor do conjunto dos alimentos básicos aumentou, entre março e abril, nas capitais onde o Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) realiza, mensalmente, a Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos (PNCBA). Fortaleza segue a mais cara do Nordeste, custando R$ 647,63 – apresentando uma variação de 1,99% neste mês.
De acordo com a PNCBA, as altas mais expressivas ocorreram em Campo Grande (6,42%), Porto Alegre (6,34%), Florianópolis (5,71%), São Paulo (5,62%), Curitiba (5,37%), Brasília (5,24%) e Aracaju (5,04%). A menor mudança foi observada em João Pessoa (1,03%).
O pão francês, o óleo de soja, a batata e a farinha de trigo tiveram os aumentos mais significativos em todo País. Na cidade de Fortaleza, a manteiga (0,61%), o feijão (6,31%) e o café (3,74%) são os itens que mais sofreram aumento devido às mais diversas interferências econômicas globais, como a alta demanda do mercado (ou a baixa oferta); conflito entre Rússia e Ucrânia; aumento dos preços internacionais; e a valorização do dólar perante o real.
Produtos | ||
Total da cesta | R$ 647,63 | R$ 647,63 |
Óleo | 900 ml | R$ 11,44 |
Tomate | 12 kg | R$ 117,96 |
Banana | 7,5 dz | R$ 50,70 |
Farinha | 3 kg | R$ 16,88 |
Pão | 6 kg | R$ 99,00 |
Feijão | 4,5 kg | R$ 38,61 |
Arroz | 3,6 kg | R$ 19,15 |
Café | 300 g | R$ 10,25 |
Açúcar | 3 kg | R$ 12,60 |
Manteiga | 750 g | R$ 43,15 |
Carne | 4,5 kg | R$ 196,74 |
Leite | 6 L | R$ 31,02 |
São Paulo foi o município brasileiro onde o conjunto dos alimentos básicos possui o maior custo de aquisição (R$ 803,99). Em seguida, aparecem Florianópolis (R$ 788,00), Porto Alegre (R$ 780,86) e Rio de Janeiro (R$ 768,42). Nas regiões Norte e Nordeste, os menores valores foram registrados em Aracaju (R$ 551,47) e em João Pessoa (R$ 573,70).

Equiparado ao salário mínimo
O salário mínimo necessário para a manutenção de uma família de quatro pessoas deveria equivaler a R$ 6.754,33, ou 5,57 vezes o valor de R$ 1.212,00 — mínimo vigente. Em abril do ano passado, o valor do mínimo necessário deveria ter sido de R $5.330,69, ou 4,85 vezes o salário de R$ 1.100,00.
Segundo a nota divulgada pelo Dieese, o tempo médio necessário para adquirir os produtos da cesta básica foi de 124 horas e 08 minutos, ciclo maior que o de março, de 119 horas e 11 minutos.
Quando comparado o custo da cesta básica e o salário mínimo líquido, ou seja, após o desconto de 7,5% referente à Previdência Social, nota-se que o trabalhador remunerado pelo piso nacional comprometeu cerca de 61% do seu rendimento para adquirir os itens presentes na cesta.
Foto em destaque: Natinho Rodrigues / Diário do Nordeste
Período | Salário Mínimo Nominal | Salário mínimo necessário |
Abril | R$ 1.212,00 | R$ 6.754,33 |
Março | R$ 1.212,00 | R$ 6.394,76 |
Fevereiro | R$ 1.212,00 | R$ 6.012,18 |
Janeiro | R$ 1.212,00 | R$ 5.997,14 |