CasaCor Ceará resgata ancestralidade e diversidade cultural entre o novo e o antigo
Arquitetos e designers de interiores voltaram suas atenções para o equilíbrio entre o passado e o futuro
Por Carlos Enrique e Rafael Barros
Conhecida por propagandear ideias e tendências relacionadas ao design de interiores, a CasaCor Ceará vem sendo palco de apreciação por parte de profissionais ligados à área e do público em geral. A 21ª edição da mostra tem como tema “A Casa Original” e está aberta a visitação até o dia cinco de dezembro. Dos 28 espaços projetados na exposição, 14 têm participação de egressos do curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de Fortaleza.

O conceito abordado pelos arquitetos do evento busca resgatar temas relacionados à ancestralidade e ao equilíbrio entre o novo e o antigo. No evento, os profissionais exploraram os vínculos que os remetiam às suas raízes familiares e as transformaram em diferentes estilos de decoração, voltados ao mundo contemporâneo.
Em entrevista à TV NewsLink, Neuma Figueiredo, diretora da CasaCor Ceará, disse que a mostra pretende mostrar como objetos remetentes ao passado podem ser redescobertos e mesclados com ideias contemporâneas. “É um encontro das nossas origens. Os arquitetos e os designers de interiores colocaram em seus projetos um pouco de suas histórias, de onde vieram”, afirma.
Neuma ainda aponta para a diversidade etnográfica existente na exposição e como objetos pertencentes à cultura de um determinado povo podem ser retratados na decoração de um espaço. Para a diretora, a mistura de conceitos e o resgate de peças familiares constituem a mensagem que a mostra busca passar.
Em meio à pluralidade de abordagens, o arquiteto Afonso Tomoda — um dos 19 arquitetos com graduação na Unifor — mergulhou na história de sua família e trouxe à tona aspectos culturais de seus ancestrais. De origem japonesa, o profissional ornamentou seu espaço com uma cama tatame e de um ofurô como forma de simbolizar a terra natal de seus avós.

“Este ano, devido ao tema da casa original, trouxemos de volta essa raiz da nossa cultura oriental. Foi uma homenagem ao meu avô, um resgate das minhas raízes. O nome de Suíte Nagoya é porque este é o nome da cidade natal em que ele nasceu”, disse Tomoda.
Mesmo os acostumados a participarem de edições anteriores da mostra apontam que o evento deste ano traz consigo elementos especiais. Experiências vividas em outros lugares do planeta e a convivência com diferentes culturas foram usadas durante o processo de construção de um espaço.

Segundo Ramiro Mendes, designer de interiores, sua viagem à Turquia o fez perceber semelhanças deste país com o Brasil. O profissional buscou formas de ilustrar essas similaridades na exposição. Mendes percebeu que os turcos apreciam o café, assim como os brasileiros. Assim surgiu a ideia de projetar um espaço na exposição onde funciona uma cafeteria.
Para Mendes, a CasaCor é um espaço ideal para promover diferentes estilos de pensamentos e de tendências. “Desde a primeira vez que fiz Casacor notei como a participação é importante no meio profissional. Falo sempre que a CasaCor é como se fosse o desfile de moda do design”, completou o arquiteto, reforçando que “é muito legal também porque é um local onde a gente tem a mente livre, sem as especificações e exigências dos clientes”.
Concebida em 1999, a CasaCor Ceará é realizada em diferentes espaços de Fortaleza. Este ano, a mostra acontece na casa pertencente à família Boris, em um espaço criado pelo arquiteto Reginaldo Rangel entre os anos 1973 e 1974.
Serviço
CasaCor Ceará – 22ª Edição – até domingo, 5 de dezembro de 2021
Av. Rui Barbosa, 901 – Fortaleza (CE)
Horário:
Terça a Sábado das 16h às 22h
Domingo das 15h às 21h
Ótima cobertura! Parabéns à repórter.