Estudo aponta crescimento no consumo de rádio no Brasil diante de plataformas de áudio
Três a cada cinco brasileiros escutam rádio, totalizando 80% da população, com 4 horas e 26 minutos de média de tempo diário, diz pesquisa da Kanter IBOBE Media
por Rafael Barros —
O hábito das pessoas consumirem rádio segue até os dias de hoje, como veículo de informação e entretenimento, mesmo com a concorrência de outros meios de comunicação. O Inside Rádio 2021, da Kanter IBOPE Media, em estudo divulgado esta semana, aponta o aumento do uso do meio por meio de outras plataformas. A pesquisa foi realizada pela população ouvinte de rádio de 13 regiões metropolitanas do Brasil, incluindo, Fortaleza.
“O rádio continua sendo um instrumento de grande importância no meio da comunicação, apesar de ter chegado a televisão e a internet, o rádio não acaba. É imortal. E vai se adaptando a cada situação”, comenta o jornalista e radialista Tom Barros, do Sistema Verdes Mares.

Um aspecto que chama atenção no estudo é a credibilidade do público com o rádio. O percentual de pessoas que utilizam o veículo como meio de informação de 2014 a 2020 oscilou entre 51% e 45%, bem diferente da porcentagem deste ano, que subiu para 69%.
Para a jornalista Lyana Ribeiro, editora do Núcleo da TV Diário e Rádio Verdes Mares, esse crescimento é por causa da companhia que o rádio faz ao ouvinte, principalmente em momentos de crise. “Estamos há muito tempo ao lado do ouvinte. Então, na hora do aperreio, como a pandemia, as pessoas ficaram isoladas e o rádio estava ali o tempo todo sendo um companheiro, e isso certamente fez aumentar a credibilidade”, afirma a jornalista.
Tom Barros também comenta a relação do rádio como companheiro dos ouvintes. Aperte no áudio para escutar:
A população brasileira está consumindo áudio de diferentes maneiras, uma delas é o podcast (escute o Em Pauta, ao lado). De acordo com a pesquisa, a plataforma tem 31% de consumo, um crescimento de 32 pontos percentuais em relação ao ano passado.

A jornalista Dina Sampaio, da Jangadeiro BandNews, ressalta a procura de tantas pessoas por esse dispositivo de áudio. “Por incrível que pareça, em tempos de consumos rápidos de informações, mensagens e notícias instantâneas, as pessoas estão ávidas por conhecimentos e, no corre corre do dia a dia, é uma forma de muitas delas que, por um motivo ou outro, perderam o hábito da leitura. Vejo no Podcast, um livro falado”.
O público com mais de 60 anos se destaca em termos de idade no consumo do rádio, com 21%, seguidos de adultos entre 30 e 39 anos, com 20%, de acordo com Kanter. “Na minha opinião, ainda é por conta da tradição. Dos tempos em que o rádio era o veículo mais popular e o mais acessível entre os meios de comunicação”, comenta Dina, em relação ao público com maior consumo do veículo ser de pessoas com mais idade.

Segundo Dina Sampaio, o rádio está em perfeita sintonia com a comunicação digital, em que a maioria dos programas radiofônicos são apresentados pela internet por meio das redes sociais como Instagram, Youtube, Facebook. Apesar de toda tecnologia, o rádio não se desprende de suas origens. A simplicidade ainda continua sendo a principal característica do meio.