Cresce microempreendedorismo durante a pandemia
Por Carolina Meneses
A quantidade de pessoas gerenciando um pequeno negócio próprio aumentou durante a pandemia causada pelo coronavírus. De acordo com os dados do Portal do Empreendedor Brasil, atualmente existem 10 milhões de microempreendedores no País.
A tendência não deve parar. Com um em cada quatro brasileiros envolvidos na abertura de um negócio, o total de microempreendedores passou de 9,8 milhões, na segunda quinzena de março, para 10,2 milhões no fim de maio deste ano. O Monitor Global de Empreendedorismo (GEM, na sigla em inglês), que mostra as taxas de empreendedorismo inicial, estima que a taxa vai continuar subindo, e saltar dos atuais 23,3% para alcançar o recorde de 25% neste ano.
O home office (escritório em casa, em tradução livre do inglês) associados ao drive thru (serviço de vendas que permite ao cliente comprar o produto sem sair do carro) e o e-commerce (comércio através de lojas virtuais) foram os responsáveis pelo aumento do empreendedorismo em tempos de isolamento social.
Vontade de empreender
O casal Izabely Pessoa e Fábio Pontes já empreendia antes da crise causada pelo Covid-19. Ambos tinham vontade de empreender e, após pesquisas, chegaram à decisão de abrir uma loja de lingerie virtual. Sendo uma área de interesse comum, eles aproveitaram o crescimento do mercado virtual e abriram a loja em uma rede social.
A elevação da autoestima, autoconhecimento, autoaceitação e o empoderamento feminino eram pontos que faziam parte dos ideais do negócio. Comercializar lingeries sensuais de luxo foi a melhor opção. As peças de roupas íntimas são postadas na rede social e apresentadas aos clientes através de vídeos e fotos acompanhadas de músicas, uma estratégia para conquistá-los ainda mais. O nome da loja que faz referência à cor vermelha, foi escolhido em homenagem à proprietária Izabely, por conta dos cabelos longos e ruivos. Ela está a frente da comunicação com as ladies (senhoras, em tradução livre do inglês).
Dois meses e meio após, veio a pandemia. O casal ficou inseguro em investir no design, material da gráfica, produtos e na publicidade. No entanto, apesar do cenário de dificuldades financeiras e das limitações, eles realizaram ações de marketing para enfrentar a crise, triplicando assim as vendas.
“As pessoas estão em casa, muitas vezes entediadas, procurando programas caseiros, abaladas emocionalmente com notícias ruins. Essa realidade favoreceu nosso segmento, pois conseguimos levar autoestima para a mulher e proporcionar momentos de felicidade ao casal. Isso fez com que a procura aumentasse, esses momentos bons se tornaram preciosos”, relata Izabely.