A nova voz de Jasmine
Por Yasmim Rodrigues
O primeiro filme que conta a aventura do jovem Aladdin e sua lâmpada mágica foi lançado pela Disney em 1992. A animação é baseada no conto árabe “Aladim e a Lâmpada Maravilhosa”, da coleção de contos do Oriente Médio “As mil e Uma Noites”. O clássico da Disney foi o filme mais bem sucedido do seu ano de estreia e arrecadou mais de 504 milhões de dólares em todo o mundo. 27 anos depois, Aladdin foi relançado em live action, ou seja, protagonizado por atores reais, trazendo novas mensagens, mas sem perder a magia da história.

O longa se passa na fictícia Agrabah. Aladdin (Mena Massoud) é um rapaz pobre que passa os seus dias tentando sobreviver, roubando comida nos mercados da cidade e tendo como fiel companheiro um macaquinho chamado Abu. O jovem é acostumado a viver dessa maneira e sempre consegue escapar dos guardas que constantemente o perseguem.
Longe da realidade pobre dos mercados de Agrabah, há o palácio da família real, onde vivem o Sultão (Navid Negahban), a Princesa Jasmine (Naomi Scott) e o Vizir real Ja’Far (Marwan Kenzari). Assim como no filme de animação, o conflito dentro do palácio gira em torno do casamento da princesa Jasmine, obrigada por lei a se casar para poder reinar, e da ganância do Vizir que planeja roubar o trono do sultão custe o que custar.
Nesse contexto, Ja’Far descobre a existência de uma lâmpada maravilhosa escondida dentro de uma caverna que poderia dá-lo tudo que ele mais desejava. Porém, somente uma pessoa considerada um “diamante bruto” pode entrar na caverna, ou seja, pessoas que tenham um grande valor interior e Ja’Far certamente não o tem.
Encontro entre dois mundos

Em paralelo aos planos perversos do vizir, a princesa Jasmine embarca em sua própria aventura. Proibida de deixar o palácio, Jasmine foge e vai conhecer a realidade do mercado, onde conhece Aladdin apresentando-se como Dalia, uma criada da princesa. Os dois conversam sobre sonhos e limitações, e percebem que não são tão diferentes. A conversa é interrompida quando a princesa se sente compelida a voltar para casa e conhecer mais um pretendente para ser seu marido.
No dia seguinte, Aladdin decide sair para procurar sua amada. Sem saber que Dalia era Jasmine, o rapaz entra no palácio e acaba sendo capturado pelos guardas de Ja’Far que o leva para buscar a lâmpada já que percebe em Aladdin as características do “diamante bruto”. Na entrada da caverna, Aladdin é avisado para não encostar em nenhum tesouro senão a lâmpada e, mesmo tentado, ele cumpre o aviso até encontrá-la.
Porém, o macaquinho Abu não consegue se conter e Aladdin, Abu e Tapete, amigo que fizeram dentro da caverna, acabam presos em meio às rochas. Quando acharam que ficariam ali para sempre, o jovem esfrega a Lâmpada e de dentro dela sai o Gênio (Will Smith) que se dispõe a realizar três desejos. Aladdin, que nesse momento já sabe a real identidade da princesa, inicia uma aventura para tentar conquistar Jasmine, libertar o Gênio das limitações de seu ofício e, sem saber, salvar o reino de Agrabah e todo o mundo da ganância do vizir real.
A voz que ninguém cala
Além de conter toda a magia do romance original, o longa também traz as nostálgicas canções já conhecidas pelo público e consagradas pela crítica como “A Whole New World” – “Um Mundo Ideal”, em português. É justamente na trilha sonora que se encontra o exemplo mais claro da atitude de força da princesa Jasmine. A nova música do filme intitulada “Speechless” – “Ninguém Me Cala”, na versão em português-, fala sobre a necessidade da voz da princesa ser ouvida. Durante a canção, a jovem se reafirma como uma mulher forte, guerreira e capaz de guiar o seu povo.
O longa é cheio de representatividade. Tanto nos personagens fortes, como a princesa, quanto na escolha dos atores que os representaram. Naomi Scott (Jasmine) é uma atriz indiana-britânica, Mena Massoud (Aladdin) é um ator egípcio-canadense e Nasim Pedrad (Dalia) é uma atriz iraniana-americana. O elenco demonstra o cuidado da produção do filme em representar bem os personagens da história árabe original em “Mil e uma Noites”.
Apesar de ainda cometer alguns erros no que diz respeito ao reforço de estereótipos da cultura árabe ao continuar tendendo à ideia de um “orientalismo mágico”, o esforço da Disney em dar voz a essa cultura é notável. Durante a montagem do filme, os produtores procuraram consultores para falar sobre a cultura árabe e a melhor forma de representá-la, demonstrando a importância de contar a história de uma forma fiel e cativante.
Com um romance moderno, engraçado, surpreendente e, ao mesmo tempo, encantador, o live-action de “Aladdin” arrecadou em apenas três semanas mais de 600 milhões de dólares internacionalmente, superando, inclusive, a animação original, podendo ser considerado mais um sucesso dos clássicos Disney, que já contam com versões live-action de histórias como “A Bela Adormecida” (Malévola), “Mogli, O menino Lobo”, “A Bela e a Fera”, “Alice no País das Maravilhas”, “Cinderela” e “Dumbo”. Também há outras obras previstas para lançamento, como “O Rei Leão”, ainda em 2019, e “Mulan” em 2020.
Ficha Técnica
Título: Aladdin
Ano de Produção: 2019
Duração: 128 Minutos
Gênero: Aventura, Comédia, Fantasia, Família, Musical, Romance
Direção: Guy Ritchie
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