‘‘Mad Max: Estrada da Fúria’’ volta com um cenário de destruição pós-apocalíptico
Por Matheus Miranda
Mad Max foi criado pelo diretor australiano George Miller, em 1979. Produzido quase totalmente de forma independente e mostrando uma Australia incomum, o filme conta a história do policial Max Rockatansky que tenta manter a ordem em uma sociedade decadente, comandada por gangues motorizadas. Mas, quando a sua esposa e seu filho são assassinados, ele decide fazer justiça com as próprias mãos e parte em busca de vingança. Foi também o filme que ajudou alavancar a carreira do ator Mel Gibson, atuando como o insano Max.
O sucesso do longa-metragem gerou duas continuações. Em 1981, foi a vez de “Mad Max 2: A caçada continua”, com o suporte de um grande estúdio de Hollywood, a Warner Bros. Muitas pessoas conheceram a franquia por esse filme, considerado por vários fãs como o melhor da série. Depois, em 1985, chegou “Mad Max 3: Além da cúpula do trovão”, que foi co-estrelado pela cantora Tina Turner, mas recebeu críticas negativas na época.
Diante do resultado, a produção fechou a trilogia e marcou o fim da saga do louco Max. Era o que se pensavam. Depois de 30 anos e sem lançar nada de novo na franquia, o diretor volta com o impressionante “Mad Max: Estrada da Fúria”, filme que consegue ser um reboot (reinício) da série e, ao mesmo tempo, se manter fiel a todo o universo pós-apocalíptico criado pelo diretor.
A nova história
O novo filme mostra os sobreviventes de uma terra devastada, que simplesmente vivem um dia após o outro. Quase sem resquícios da civilização de outros tempos, a luta por água, comida e combustível desumanizou a todos. Esse é o novo mundo de Max Rockatansky (agora interpretado pela ator Tom Hardy), que em vários momentos, em flashes rápidos, é visto atormentado pelas pessoas que perdeu. A nova aventura também faz um bom trabalho em situar o espectador nessa realidade deserta e apocalíptica, mas sem perder muito tempo com explicações.

Max acaba se envolvendo no início de uma rebelião quando uma mulher conhecida como Furiosa (Charlize Theron) foge dos domínios do vilão Immortan Joe (Hugh Keays-Byrne) com o seu bem mais valioso, suas cinco esposas mantidas como escravas. Esse é o início de uma caçada em que o maníaco Joe não vai medir esforços até ter suas ‘‘propriedades’’ de volta. Com personagens de poucos diálogos e que mal conseguem se comunicar uns com os outros, Estrada da Fúria é praticamente uma perseguição contínua por um deserto sem fim, onde a opção de parar simplesmente não existe.
George Miller dá um passo além dentro do universo da franquia. Buscando referências de tudo o que foi produzido no gênero pós-apocalíptico depois de seus filmes (em especial os games), a jornada de Max apresenta um cenário desolado, onde não é permitido aos personagens nem mesmo sentir esperança. Com cenas de destruição em que os efeitos práticos se unem em total sinergia aos efeitos digitais e com uma desorientadora trilha sonora que preenche o vazio hora com tensão e outras com o mais puro caos, “Mad Max: Estrada da Fúria” é o primeiro épico pós-apocalíptico da história do cinema.
Ficha Técnica
Ano: 2015
Direção: George Miller
Duração: 120 min
Gênero: Ação e ficção científica
Roteiro: George Miller, Brendan McCarthy, Nico Lathouris
Elenco: Tom Hardy, Charlize Theron, Nicholas Hoult, Hugh Keays-Byrne, Rosie Huntington-Whiteley.