Alzheimer, o pedido de socorro de uma memória fragmentada
Por Rhuan de Castro
Já imaginou como seria um curto-circuito no cérebro? Como seria estar totalmente perdido em determinado lugar ou esquecer o que se está fazendo? Essas são situações frequentes entre os portadores da Doença de Alzheimer (DA), uma enfermidade neurodegenerativa que está se tornando cada vez mais comum.
Estudada inicialmente em 1906 pelo médico alemão, Alois Alzheimer, de quem herdou o nome, a doença é a principal causadora de demência em todo o mundo, principalmente em idosos. Incurável, a mesma se manifesta de forma distinta entre cada paciente. Avançando progressivamente pelo cérebro, compromete as funções cognitivas (memória, atenção, comportamento e orientação) e afeta a capacidade de manipular informações de seus portadores.
Possíveis manifestações da doença que devem ser observadas:
- Perda de memória.
- Desorientação.
- Dificuldade em reconhecer pessoas, lugares ou objetos.
- Alterações de comportamento ou personalidade.
- Debilidade na linguagem.
De acordo com dados da Associação Brasileira de Alzheimer (ABRAz), estima-se que cerca de 1,2 milhões de brasileiros possuem o distúrbio. Em nível global, os números atingem a marca de 35,6 milhões de pessoas.

Receber o diagnóstico definitivo de demência é um grande impacto, tanto para o portador quanto para a família. Contudo, após a reação inicial, a família deve entender seu papel no processo para lidar com o adoecimento do portador de DA. “A família é fundamental para a adaptação e cuidado do paciente. A paciência é o fator mais importante, pois além de alterações cognitivas, o paciente irá apresentar mudanças comportamentais como agitação ou agressividade”, afirma Rosivalda Marinho, presidente da Sociedade Cearense de Neurologia e Neurocirurgia (SOCENNE).
“Tempo é cérebro”, como bem disse Rosivalda Marinho. Vera Lúcia, neuropsicóloga, concorda e chama a atenção para um dos fatores de maior relevância: a priorização de um diagnóstico precoce. Perceber os sinais prematuramente traz benefícios diante da doença. “Quando o diagnóstico é realizado em fase precoce da doença, os pacientes podem receber o apoio apropriado e aprender, ou reaprender, informações pessoalmente relevantes que poderão ser aplicadas em seu cotidiano. Outro fato importante são as estratégias adotadas para o auxílio da memória como o uso de agendas, calendário, caderno de anotações e outros objetos que ajudam a manter as habilidades funcionais nas atividades diárias por um tempo maior”, ensina a especialista.
A fim de chamar a atenção para a importância do tema, nesta quarta feira, 21 de setembro, é comemorado o dia mundial de alerta sobre a Doença de Alzheimer. Visando a conscientização da população sobre a enfermidade, a Associação Brasileira de Alzheimer (ABRAz) está realizando nesta semana, um conjunto de atividades em Fortaleza. Veja a programação abaixo.
“Esses eventos de conscientização que ocorrem na cidade são importantes para o esclarecimento da população e estão adquirindo cada vez mais relevância entre as pessoas. Os mesmos contam com a presença de médicos, psicólogos, terapeutas e outros profissionais dispostos a tirar dúvidas e divulgar o treinamento para cuidadores” (Rosivalda Marinho)
Serviço:
Programação de atividades
- Dia Mundial da Doença de Alzheimer – Ação Nacional Informativa
Data: 21/09
Local: Shopping Rio Mar
Horário: 10h30 às 18h30
Shopping Del Paseo
Horário: 11h às 17h
- III Fórum Científico Sobre Demências: Avaliação Diagnóstica
Data: 23 e 24/09
Local: Universidade de Fortaleza – UNIFOR
Horário: 23/09 – 19h
24/09 – 08h às 16h
Público Alvo: Profissionais e estudantes
Convidados: Dr. Fabiano Moulin e Dra. Letícia Décimo